terça-feira, 3 de janeiro de 2012

GESTÃO DE ESTOQUES - POLÍTICAS DE GESTÃO DE ESTOQUE









Serão determinadas as políticas que serão utilizadas para as tomadas de decisões em gestão de estoques, quanto estas poderão influenciar nas estratégias para a formação dos estoques. As principais decisões seriam: quanto pedir, quando pedir, onde localizar e quanto manter em estoques de segurança.
Os principais objetivos das políticas de gestão de estoques das organizações são: melhorar o nível de atendimento aos clientes e aumentar os lucros.


Política de reagir à demanda ou planejar por previsões de venda



Dependendo das circunstancias os administradores irão fazer as escolhas entre as políticas de reagir à demanda ou planejar por previsões de venda, sendo que neste contexto existem alguns fatores que podem influenciar nas decisões.
Segundo Wanke (2008, p.4) “O primeiro elemento a ser observado na definição da política de reagir ou planejar é a visibilidade da demanda, entendida sob o prisma do ponto de desacoplamento da demanda”.
No contexto do desacoplamento há dois tipos a serem analisados: desacoplamento pelo direcionamento pela demanda e direcionamento pela previsão, onde há os cenários que permitem usar um ou outro.
Wanke (2008, p.4) fala sobre condições especificas de reagir a demanda:
Sob condições bastante específicas, reagir à demanda na produção e na distribuição, ou planejar a produção e a distribuição através de previsões de venda podem ser a política de gestão de estoque mais adequada.

Se o ponto de desacoplamento acontece na demanda localizada no consumidor final, haverá a necessidade de se fazer um planejamento total, em contra partida se o desacoplamento acontecer no fornecedor inicial haveria uma reação total.
Maranhão (2008, p.40) fala sobre relações com fornecedores e clientes da seguinte forma:
No outro lado da matriz de relações com fornecedores fica a área das parcerias para desenvolvimento, onde há baixo custo de troca e alto grau de centralidade, o cliente vê-se numa desconfortável situação em que determinada atividade central está terceirizada, mas pode haver numerosos fornecedores possíveis para realizá-la.

Quando se consegue manter boas relações com fornecedores, isso pode significar diferenciação em relação à concorrência, no mercado em que se atua. Isso possibilita entregar produtos melhores para com os clientes.



Política de antecipação ou postergação em relação ao consumo



O comportamento do cenário econômico será fundamental para que os administradores de gestão de estoques possam fazer as escolhas entre antecipar ou postergar. Uma analise detalhada sobre o consumo poderá dar uma resposta bem eficaz para fazer a escolha correta.
Segundo Wanke (2008, p.6) “Na antecipação, o estoque seria movimentado em antecedência ao consumo real com base em previsões de vendas, sendo igual ás previsões”.
Segundo Arnold (1999, p.269) “Estoques de antecipação são criados antecipando-se uma demanda futura. São feitos para auxiliar a nivelar a produção e a reduzir os custos de mudança das taxas de produção”.
Quando realizadas previsões de vendas bem elaboradas, estas podem dispor resultados para quantificar o estoque de antecipação necessário para suprir a demanda de mercado previsto. Com base no que foi exposto pelos autores, esses estoques são importantes, pois quando usados pelas organizações essas têm seus custos reduzidos. Essa redução dos custos se dá porque não haverá a necessidade de pedir produtos de última hora.
Segundo Ballou (1993, p.218) “Um método popular de gestão de inventário, especialmente quando há mais de um depósito no sistema de distribuição, é alocar aos armazéns, conforme a necessidade esperada nos mesmos”.
Para Martins; alt (2005, p.188) “Consiste em emitir um pedido de compras, com quantidade igual ao lote econômico (ou outro, a critério do administrador de materiais), sempre que o nível de estoques atingir o ponto de pedido”.
Com base no que foi exposto pelos dois últimos autores, nos estoques de antecipação, as quantidades de produtos nunca chegam a zero para que um novo pedido seja realizado, ou seja, não faltarão produtos para atender os clientes e com
isso haverá a redução de todos os custos: manutenção de estoques, transportes, processamento de pedido, falta de estoque.
Segundo Wanke (2008, p.6) “Na postergação, o estoque seria movimentado em resposta à demanda real e equivaleria à política de reação à demanda. Por isso o estoque seria sempre igual ao consumo real”.
Ballou (1993, p.219) comenta sobre manter controle de estoques:
Pode-se manter controle mais apurado dos estoques se cada local de armazenagem for tratado separadamente dos outros. Apenas o estoque necessário para atender a demanda daquele ponto precisa ser mantido.

O texto exposto pelos autores, descreve que na postergação em relação ao consumo, apenas se manterá os níveis de estoques necessários para suprir o consumo real. Neste caso, são mantidos estoques reais, em caso de mudanças na demanda para maior, haverá o inconveniente de falta de produtos e em conseqüência o não atendimento total da demanda.
Segundo Gonçalves (2004, p.124) “Considerando que a demanda é uma variável aleatória e, por isso, sofre oscilações entre os intervalos fixados para a revisão do estoque nesse sistema, a quantidade a ser reposta é variável”.
Faz-se uma crítica a aleatoriedade do autor, pois na verdade demanda tem comportamentos probabilísticos em função de diversas variáveis e não aleatório.
Neste sistema, como não são feitas previsões de quantidade, as previsões serão incertas. Serão usados como padrão apenas o consumo dos produtos no dia-a-dia. Neste caso, com base no que foi colocado pelo autor, a uma probabilidade muito grande de falta de produtos e com isso aumento dos custos incorridos para se processo o pedido de produtos de última hora.



Interação entre as políticas reagir/planejar e antecipar/postergar



As condições de como se mantém o mercado são essenciais para que se possa fazer a interação entre as políticas reagir/planejar e antecipar/postergar. Com isso possa obter os resultados satisfatórios.
Wanke (2009, p.8) Cita alguns exemplos das possíveis combinações:
* Exemplos de reação à demanda com a movimentação de quantidades iguais ao consumo real, são dados pelos modelos de gestão de estoque Just in Time na produção.
* Exemplos de reação à demanda com a movimentação de quantidades superiores ao consumo real são os modelos reativos não-enxutos Tamanho de Lote Econômico/ Ponto de Pedido e Nível de Reposição/Intervalo de Revisão.
* Com relação ao planejamento, se quantidades de produtos movimentadas são iguais ao consumo previsto, está-se diante de modelos de programação das necessidades de consumo como o MRP na produção (Materials Requirements Planning – Planejamento das Necessidades de Materiais) e o DRP na distribuição (Distribution Requirements Planning – planejamento das Necessidades de Distribuição.
Percebe-se que quantidades desvinculadas de movimentação do consumo, iguais a demanda prevista, percebe-se uma política de antecipação. A reação possibilita a política de postergação. Conclui-se que as políticas de antecipação, são possíveis através de modelos de gestão de estoques reativos não-enxutos (ex.: tamanho do lote econômico). Só são possíveis políticas de postergação, através de modelos enxutos (ex.: Just in Time).
Gómez (1996, p.15) fala sobre o uso de sistemas flexíveis que podem ser utilizados nas interações entre as políticas da forma seguinte:
A flexibilidade, portanto, deve assegurar ao sistema a capacidade de responder rapidamente frente ao acontecimento de um fato indesejável previsível ou de formular uma estratégia ofensiva ou defensiva diante de uma mudança inesperada.

Para as organizações, que utilizam a interação entre as políticas, possam funcionar de forma eficaz, faz-se necessário o uso de um sistema flexível para que acontecimentos indesejáveis no mercado possam ser parcialmente eliminados.

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